O secretário do Desenvolvimento Agrário do Ceará, Moisés Braz, coordenou reunião com lideranças do Movimento Sem Terra (MST), nesta segunda-feira (7), na sede da SDA, em Fortaleza. A atividade compõe a Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária, realizada em todo o Brasil desde o dia 1º de abril. Com o lema “Ocupar para o Brasil alimentar”, o movimento busca denunciar a concentração fundiária e defender a Reforma Agrária Popular como solução para a fome, a crise ambiental e os altos preços dos alimentos.
Para o secretário Moisés Braz, o encontro reforça a importância do diálogo junto ao Governo do Ceará. “Por ocasião da Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária, recebemos a coordenação estadual do MST para negociar as pautas referentes à organização da produção, à questão ambiental, ao fortalecimento da política de comercialização dos produtos e às tecnologias sociais. Nos comprometemos com as pautas do movimento que já estavam em andamento junto ao Governo do Ceará. Nos próximos dias deverá ser marcada uma audiência com o governador para tratar sobre as reivindicações”, adiantou o titular da SDA.
Keila Lima, da direção do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, destacou as pautas do movimento. “Terminamos a audiência com o secretário Moisés Braz apresentando nossas reivindicações, com encaminhamentos para outras secretarias e uma audiência marcada com o governador. Estamos satisfeitos com o resultado da nossa audiência na SDA e encaminhamos vários pontos importantes no que diz respeito à infraestrutura hídrica dos assentamentos e os relacionados à terra. Continuamos no aguardo para continuar a negociação das nossas pautas e seguimos na resistência”, frisou.
A reunião contou também com as presenças do secretário executivo de Planejamento e Gestão Interna da SDA, Taumaturgo Júnior, do presidente da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ematerce), Inácio Mariano, do Instituto de Desenvolvimento Agrário do Ceará (Idace), João Alfredo, dos secretários Frank Ranier (Relações Comunitárias), Miguel Braz (Executivo da Articulação Política) e do deputado estadual Missias Bezerra.
Reivindicações no Ceará
No Ceará, o MST apresenta reivindicações específicas para o desenvolvimento dos assentamentos no estado. Entre as pautas estão infraestrutura para os assentamentos, estradas, açudes, poços, mecanização agrícola, projetos para ampliar a produção de alimentos saudáveis, assistência técnica qualificada, desapropriação de novas áreas para assentar as famílias que vivem acampadas, construção de novas escolas do campo de ensino médio em assentamentos de reforma agrária, projetos para juventude e mulheres, projetos culturais, dentre outras.
“O MST cumpre o seu papel como movimento social e apresenta ao governo, incluindo outras secretarias além da SDA, as demandas da reforma agrária. Com espírito democrático, o Governo as acolhe e negocia, por entender que o movimento também representa os trabalhadores e trabalhadoras rurais. Estamos trabalhando para atender ao que for possível, conscientes de que as políticas públicas devem desenvolver o campo, gerar oportunidades e segurança alimentar com sustentabilidade ambiental no Ceará e no Brasil”, detalhou o secretário da SDA, Moisés Braz.
Pautas do MST
O MST tem como pauta central a defesa da agricultura camponesa para enfrentar a alta nos preços dos alimentos e cobra mais desapropriações e orçamento para atender 100 mil famílias acampadas. Como resposta à crise ambiental, destaca a agroecologia. A Jornada também homenageia os 21 mártires de Eldorado dos Carajás, reafirmando a luta contra a violência no campo brasileiro e a concentração de terras.
A Jornada Nacional de Lutas deste ano inclui mais de 65 ações em 24 estados do Brasil, como ocupações de latifúndios, marchas e atos públicos. Por meio dessas ações, o MST reafirma a importância da reforma agrária como uma política urgente e indispensável para combater a fome e promover a justiça social no campo brasileiro.